COMO LIDAR COM O MEDO NO AMBIENTE DE TRABALHO?

Reconhecer a presença do medo é o primeiro passo para criar um ambiente em que as pessoas se sintam seguras e confiem umas nas outras. É possível separar o medo que as pessoas sentem no ambiente corporativo em 05 frentes. Entender como o medo se mantém e o motivo dele ser tão nocivo no ambiente de trabalho faz parte do processo de amadurecimento da equipe - o que é fundamental para que a confiança chegue.

Levando em consideração que o medo é definido como uma sensação desagradável desencadeada pela percepção de perigo – seja real ou não – é muito desafiador controlá-lo, uma vez que ele atinge nossas mentes. Simplesmente sentimos medo. Quando trazemos esse cenário para o mundo corporativo, entendemos que essa sensação de medo se caracteriza pelo sentimento de ameaça de possíveis repercussões, julgamentos, perda de controle… e, como resultado, nossas preocupações relacionadas ao trabalho acabam minando nossa produtividade, autoestima e autoconfiança, o que impacta não só em nós mesmos como também na equipe.
Vejamos a seguir como o Medo atua, as suas consequências e como nutrir um ambiente de abertura e confiança entre os membros da equipe.

Como o Medo opera nas Organizações?

O medo atua nas organizações por meio das chamadas “situações difíceis”. Elas são caracterizadas como problemas que quase todos os profissionais da organização conhecem, mas têm medo de expor por não haver fórum adequado para debatê-los. Essas situações são, ao mesmo tempo, uma causa e um resultado do medo.
As principais situações difíceis identificadas pelos profissionais na formação do medo, em ordem de importância, foram:
Práticas gerenciais:
Estilo de liderança ineficaz, conduta antiética, incompetência demonstrada, postura agressiva e/ou ambígua, falta de comunicação e feedback.
Políticas de pessoal e clima organizacional:
Sistemas de promoção e desligamento de pessoal, práticas de remuneração, mudanças específicas, mensagens negativas ou críticas, normas, tradições, discrepâncias dos valores culturais.
Essas questões normalmente são discutidas na “rádio peão”, ou seja, pelos corredores, como rumores ou comentários que “não podem” ser ouvidos. Quase sempre, os banheiros, horários de almoço e ambientes considerados não profissionais são os locais onde as conversas acontecem – e elas fazem com que as situações difíceis se acomodem, ou seja, criem cada vez mais raízes ali.

As Repercussões de se falar francamente

As “conversas abafadas” são acompanhadas de alguns medos, como é o caso do Medo da Repercussão. Em nossa experiência, observamos que esse é o medo que mais paralisa os profissionais, impedindo-os de discutirem e falarem abertamente sobre certas questões. Agora, vamos nos aprofundar um pouco mais nesta causa. O primeiro passo é entender que há dois tipos de repercussões:
Por Que as Pessoas Não Falam Francamente?
Outros fatores paralisantes, que impedem que as pessoas se comuniquem com sinceridade são:
Do Que As Pessoas Têm Medo?
Entendemos o que leva os colaboradores a não exporem seus pensamentos, mas, afinal, de que eles têm medo? Os profissionais acreditam que falando francamente eles podem sofrer com:
Isso faz com que o desempenho dos profissionais caia, uma vez que o medo que as pessoas têm de falar o que realmente estão pensando as impede de darem o melhor de si.

Ciclo de Desconfiança que Perpetua o Medo

O que mantém o medo vivo?
Um padrão de pressuposições negativas arraigadas que alimentam o ciclo da desconfiança.
A perigosa divisão “nós” e “eles”
A pressuposição negativa básica que está na raiz dos problemas é a de que os líderes e liderados não confiam uns nos outros.
Um vírus complexo
O vírus que causa esse mal organizacional é complexo. O medo pode começar em qualquer ponto do Ciclo da Desconfiança.

Entendendo o Ciclo da Desconfiança:

Na imagem abaixo, é possível perceber que tudo começa com pressuposições negativas que fazem com que o outro automaticamente ligue seu “sistema de defesa”, o comportamento autoprotetor. Uma vez que o comportamento autoprotetor é ativado, uma de suas consequências é um comportamento mais agressivo, fazendo com que as pressuposições negativas sobre a outra pessoa sejam reforçadas. Com isso, a pessoa que recebe esse comportamento agressivo liga o seu próprio comportamento autoprotetor. Consequentemente, também vai ser mais agressivo e vai criar ainda mais pressuposições negativas da outra pessoa, perpetuando o Ciclo.

Criando um Ambiente de Alto Nível de Confiança

Para combater o medo e fazer com que os profissionais comecem a sentir mais segurança no ambiente de trabalho – para exporem, enfim, seus pensamentos e até mesmo acreditarem que a mudança é possível, é preciso trabalhar a Confiança. Vejamos abaixo um caminho eficiente e capaz de criar um ambiente favorável e fértil para ela.
Reconheça a Presença do Medo
O primeiro passo para trabalhar a confiança diante do cenário do Medo é reconhecer que ele existe e que todos na empresa estão sofrendo suas consequências. Para isso:
É bom lembrar que as pessoas não são objetivas em relação ao seu próprio trabalho. Que as coisas não acontecem linearmente porque achamos ou queremos que elas aconteçam. Além disso, os sentimentos das pessoas não se separam da qualidade e produtividade de seu trabalho.
Esteja atento à Conduta Interpessoal
Valorize as Críticas
Reduza os Comportamentos Ambíguos
Comportamentos ambíguos mais comuns: tomada de decisão em segredo, falta de comunicação, falta de receptividade a sugestões, incoerências e mensagens confusas e conduta antiética.
Fale Francamente – Discuta as Situações Difíceis
Uma das melhores e mais poderosas maneiras de começar a superar a influência do medo é discutir as situações difíceis.  Essa técnica é usada para entrar nas questões veladas e problemas encobertos em relacionamentos, equipes e na empresa como um todo.
Colocando em Prática

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Reconheça a existência do medo

Reconhecer o medo é o primeiro passo para que um ambiente mais seguro e confiável seja criado.

Saiba como e onde ele atua

Práticas gerenciais, clima organizacional e políticas de pessoal são responsáveis pela atuação do medo nas organizações.

Fale francamente

A comunicação franca é uma das principais armas contra o medo.

Pergunte-se

Tenho falado francamente com meus colegas de trabalho?

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